quinta-feira, 10 de março de 2011

Escrita(ção)

Uso a escrita como uma libertação, sempre que preciso desencanar de alguém ou por fim em algo escrevo. Acredito que assim transporto uma parcela do que sinto para o papel e para os que lêem: divido dores, amores, alegrias e tantos outros sentimentos que julgo não agüentar sozinha.
Quando vocês lêem o que escrevo, estão levando um pedaço do que sinto me ajudando a diminuir um pouco toda essa carga de emoção. Depois que escrevo,não retorno mais,  acho que se o fizesse traria de volta alguns sentimentos, pessoas , momentos... Isso não faria bem, resgatar o que deixei.
Por fim reconheço que estou te deixando, abandonei tantos pedaços seus em meus escritos  não acho mais a parte inteira e não retornaria ao que deixei não iria adiantar tentar o que já não deu certo, não daria em nada como nas outras vezes. Afinal só eu vivi essa história e onde  você estava além do papel? Agora estou me abrindo, aceitando novos momentos e novas pessoas. Quando precisar esquecer destas faço como fiz com você, escrevo e deixo os sentimentos e pedaços divididos entre o papel e as pessoas ...


"Publicar um texto é um jeito educado de dizer: "Me empresta seu peito porque a dor não tá cabendo só no meu." (Tati Bernardi)

quinta-feira, 3 de março de 2011

Não sinta

"No século XX não se ama. Ninguém quer ninguém. Amar é out, é babaca, é careta."
Caio Fernando Abreu, em: Pequenas Epifanias
Ela se cansava de ouvir aquele discurso, que acabava sendo o mesmo ás vezes variavam algumas palavras ou só a ordem, mas no fim era sempre a mesma coisa algo do tipo “Eu sou diferente dos outros...” No entanto se passam os dias e apesar das juras de ligar para marcar mais encontros “inesquecíveis“ com direito a “não fazer nada que você não queira” e o telefone não toca. Como de costume você passa a imaginar que pode ter acontecido alguma coisa pra não ter ligado, perdido seu telefone ou ás vezes este poderia estar com defeito. É duro, mas por fim se dá conta, que não era diferente como nunca é.
 Acontece que ao longo de sucessivas tentativas de achar algo que fosse diferente de verdade, e todas fadadas ao fracasso, parte desacreditando cada vez mais. Chegando ao ponto de mascarar qualquer sentimento, se torna fria e passa a não se iludir com nada e muito menos com ninguém, entra pra aquele jogo que costumava cair antes, de dizer aquilo que o outro quer ouvir, e ri da inocência daqueles que acreditam nas suas frases clichês, sem se lembrar que já foi assim. Esse processo de zerar sentimentos se faz necessário, viver sentindo e dizendo o que se sente só traz sofrimento foi assim das vezes que acreditou e tentou por que voltar pra isso?